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DE PAULO OLIVEIRA
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70450
Os terrenos correspondentes à Quinta da Penha Verde e à Quinta dos Cedros foram doados por D. Manuel no início do século XVI a D. João de Castro, vice-rei da Índia, que decidiu fazer no local uma quinta de recreio, mandando arrancar todas as árvores de fruto que aí existiam. O palacete primitivo da Penha Verde, erigido cerca de 1534, possuía uma estrutura muito simples, de dimensões reduzidas, constituída somente por um registo. Em 1542 D. João de Castro mandou edificar a capela de Nossa Senhora do Monte, um tempietto circular atribuído a Francisco de Holanda (SERRÃO,Vítor,2002,p.59).
Entre 1638 e 1651 D. Francisco de Castro, Inquisidor Geral e neto do vice-rei, realizou obras de melhoramento na quinta, mandado ampliar o palacete e construir duas novas capelas, de planta circular, uma dedicada a São João Baptista, interiormente revestida de painéis de azulejos com temas da vida de São João Baptista, e a outra com orago de Santa Catarina, padroeira dos Castro. A actual entrada da quinta deverá datar dessa época, apresentando um pórtico maneirista encimado por frontão triangular com o brasão dos Castros. Os jardins que antecedem a casa datam do século XVIII.
Edificada como local onde a natureza se sobrepõe à arquitectura criando um espaço propício de lazer da vida campestre, tornando-se um exemplo delocus amoenus, a Quinta da Penha Verde tornou-se em meados do século XVII uma quinta de recreio, devido às transformações feitas na época, que tornaram a estrutura espacial descontínua. O palacete da quinta possui planta em L, com corpos divididos em dois registos, volumetricamente escalonados. Inserida no corpo do edifício foi edificada a Capela de São Brás. No interior destaca-se o salão principal, situado no andar nobre, coberto por tecto de caixotões com brasão dos Castro pintado ao centro.
Do conjunto da quinta fazem parte as diversas ermidas, edificadas no espaço interior à cerca, e as fontes. A ermida de Nossa Senhora do Monte, edificada em 1542, é a mais antiga, com planta circular, decorada interiormente por silhar de azulejos de padrão e um relevo flamengo representando a Virgem e o Menino. As capelas de Santa Catarina e São João Baptista, de meados do século XVII recriam a planimetria circular quinhentista, sendo decoradas com painéis de azulejos e imagens dos santos padroeiros.
O espaço exterior é ainda composto pela disposição de diversas fontes, nomeadamente a de Neptuno, com tanque circular e a imagem do deus ao centro, a dos Azulejos, com espaldar revestido de azulejos policromos, e a fonte dos Passarinhos, constituída por templete quadrangular coberto por abóbada e revestida por azulejos padrão e azulejos figurativos com motivos grotescos .
Catarina Oliveira
http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2014/04/penha-verde-o-oriente-esquecido-de.html
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